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Militância no Cristianismo

3 set

Muitos evangélicos, especialmente os que se proclamam não religiosos e sintonizados com a verdade bíblica, costumam repudiar a militância cristã, como se o compromisso com ideias ou causas fosse um equívoco. A maioria deles, no entanto, pratica a militância, mesmo que não dêem conta disso. Até porque estar neutro é uma condição absolutamente militante.

Não se pode ficar neutro quando se contempla descomprometimento espiritual, relacionamentos mistos, líderes imaturos e/ou carnais, enfim, quando se surpreende com comportamentos que afrontam a Palavra de Deus.

O problema estar em definir o que significa militância na caminhada cristã.

Alguns provavelmente confundem militância com filiação denominacional, e, querendo se mostrar distantes das mazelas praticadas por denominações cristãs, optam por não assumirem essa condição.

Há quem acredite que militância é o atributo que une jovens empunhando bandeiras pelas ruas, gritando slogans sem sentido, com rostos pintados e roupas rasgadas. Entretanto, militância no Cristianismo não pode e nem deve ter essa leitura.

Ser militante não é fazer parte de uma “tribo” qualquer e andar em grupo tentando convencer os outros a adotarem posições extremas. Ser militante não é tapar os olhos e desobedecer à razão para não enxergar o outro lado, como se existisse apenas uma verdade, e que essa fosse exatamente a que você defende. Ser militante não significa estar disposto a pegar em armas para fazer valer, a qualquer custo, as nossas convicções.

Ser militante é apenas defender, com coragem, as nossas posições, ainda que elas possam nos criar embaraços junto a sociedade, seja no ambiente familiar, acadêmico, profissional e/ou religioso.

O não militante está sempre disposto a abdicar das suas posições para não perder a amizade, para conseguir aquela “benção”, para ser aceito em um grupo, para não desagradar o líder… O não militante tem uma ética muito particular: buscar estar de bem com a maioria e, especialmente, com os que detêm o poder.

A militância no Cristianismo significa não abrir mão de suas convicções, da doutrina bíblica, não ser seduzido pelo ‘canto de sereia’ das pregações prontas e moldadas de acordo com suas ‘necessidades financeiras’. A militância significa confrontar comportamentos contrários à doutrina bíblica, suspeitar de líderes que pregam apenas ou especialmente prosperidade, bençãos materiais e cura física, enxergar além do que os olhos humanos podem ver.

O cristão que milita pode até deixar de ser ‘o predileto’ do líder, mas não perde a dignidade e nem a salvação.

O cristianismo precisa de mais militância, de menos oficialismo, menos legalismo, menos moda, e muito mais compromisso. Talvez seja mais fácil não ter posição, submeter-se ao poder, fingir que nada vê e nada ouve. Mas essa postura de omissão não consegue alcançar a evolução, e nem garante um lugar que será apenas seu na humanidade e na eternidade.

Militantes não são fáceis de substituir, mas cristão sem coragem e sem caráter se encontra em qualquer lugar.

Pense nisso!!!